É FÁCIL ENTENDER, MAS DIFÍCIL DE COMPREENDER.

Os incêndios de 2017  registaram mais de 100 mortos e uma destruição material nunca antes vista em Portugal; e pelas piores razões que a “efeméride” ficará nas páginas mais negras da nossa história. Como povo nobre e lutador que somos, depressa esquecemos as nossas divisões e logo nos unimos em prol da solidariedade. Ajudar o próximo é ainda uma das mais honráveis tradições portuguesas. Ninguém ficou indiferente, e cada um à sua maneira ajudou aqueles a quem o “fogo” tudo levou.

Também eu prestei aquele apoio que a minha consciência mandou. Mas não é de mim que hoje venho falar; é daqueles que viram na solidariedade uma “chance” de oportunismo.

É sabido que tão grande é a alma generosa dos portugueses,  é infelizmente de igual medida, a capacidade notável de alguns dos nossos compatriotas, que não sendo vítimas, e sem réstia de “pudor”, atacam que nem “abutres” aquilo que estava reservado às verdadeiras vítimas dos incêndios.

“O Compadrio” é uma investigação da jornalista Ana Leal, com imagem de Tiago Eusébio e edição de imagem de João Ferreira. Fiquei convencido de que o Presidente da Câmara Municipal de Pedrogão Grande e o então Vereador Bruno Gomes, sabiam, desde o ano passado (ainda 2017), da existência de irregularidades no processo que envolveu a atribuição de donativos para a recuperação das casas que arderam no incêndio. Testemunhos inéditos, na primeira pessoa, garantem que tiveram mesmo indicações para adulterar os processos de candidatura, forjando moradas de residência, com a conivência dos poderes públicos locais. O objectivo era assegurar que casos de segundas habitações e até mesmo terceiras habitações passassem a figurar como primeiras habitações, de forma a conseguirem os subsídios que garantissem a recuperação das respectivas casas.

Termino a dizer que tudo isto para mim é fácil de entender, mas muito difícil de compreender !

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